Lição inaugural do Programa Doutoral em Música da Universidade de Aveiro
Auditório do DeCA | Sexta-feira, 12 de outubro 2018 | 14.30h
Entrada livre
“Sobre a realidade clarificada pela Arte”, Rui Penha (FEUP/INESC TEC)
O enquadramento da criação artística em contexto académico é uma tarefa difícil e não raras vezes problemática. Da subserviência aos métodos das várias ciências ao isolamento da arte-pela-arte, muitas são as soluções que não parecem favorecer nem a qualidade da criação artística, nem a premência do seu enquadramento na universidade de hoje. As já significativas décadas de reflexão sobre a investigação artística não foram ainda capazes de produzir um modelo que nos ajude a orientar e validar a criação de conhecimento pela criação artística, por oposição ao conhecimento sobre o objecto artístico, sobre a experiência estética ou sobre a criação e fruição artísticas enquanto fenómenos sociais. Nesta aula, apresentarei algumas ideias que tenho vindo a desenvolver sobre este assunto, informadas por leituras multidisciplinares e pelo meu próprio percurso académico recente.
Compositor, artista intermédia e performer de música electroacústica, Rui Penha nasceu no Porto em 1981. Completou um Doutoramento em Música (Composição) na Universidade de Aveiro. A sua música foi tocada e gravada por músicos como Arditti Quartet, Peter Evans, Remiz Ensemble ou Orquestra Gulbenkian. Foi fundador e curador da Digitópia (Casa da Música) e tem um grande interesse pela relação entre a música e a tecnologia. A sua produção recente inclui interfaces para expressão musical, software para espacialização sonora, instalações interactivas, robôs musicais, autómatos improvisadores e software educativo. Leccionou em diversas instituições de ensino superior portuguesa (DeCA-UA, ESMAE, ESART, ULP), e é actualmente Professor Auxiliar Convidado na FEUP e Investigador Sénior no INESC TEC.
Momento musical
Horácio Ferreira (clarinete)
João Araújo (piano)